O presente estudo parte do questionamento de qual seria o papel que o ciberespa §o ocupa nos atos de automutila § úo. Para que essa quest úo fosse respondida, foi feita primeiramente uma pesquisa teórica sobre a automutila § úo, a adolesc ªncia e as rela § µes virtuais, todas por um viés psicanalítico, e posteriormente uma pesquisa de campo em um grupo do Facebook de pessoas que se automutilam, utilizando o método da netnografia e análise de conteúdo para compreens úo e análise dos dados. Em uma perspectiva histórico-antropológica é abordado desde quando as pessoas praticam o ato de se ferir e as significa § µes desse ato ao longo dos séculos e nas diferentes culturas. No caso da automutila § úo, no sentido clínico, s úo discutidas as possíveis respostas subjetivas que o sujeito possui diante de sua angústia, tendo como base o quadro da angústia lacaniano. Sobre a adolesc ªncia, tem-se a viv ªncia da puberdade, a angústia da castra § úo, um mal-estar diante de um corpo novo e o real da sexualidade. As redes sociais virtuais se tornaram um lugar alternativo na busca de saber e forma § úo de la §o social aos sujeitos que passam por esse mal-estar característico da adolesc ªncia. Dentro do grupo pesquisado, foi encontrada uma parcela significativa desse público de jovens que se automutilam e utilizam a rede social para desabafar, se expressar e fazer novos la §os sociais unidos pelo tra §o de identifica § úo de serem automutiladores e por seu sentimento de angústia.